A Secretaria Estadual de Educação, por meio do Programa Comissões Internas de Prevenção de Acidentes e Violência Escolar (Cipave), promoveu na tarde desta terça-feira (26) um encontro com a Secretaria Municipal de Educação de Charqueadas, representantes das escolas municipais e autoridades locais. Durante o encontro, ocorrido no Salão de Eventos do Centro Administrativo Manoel de Souza João, ficou definido que as instituições de ensino que se interessarem em aderir ao Programa já poderão formar suas comissões.

Ao todo, a cidade conta com 17 escolas municipais, sendo 8 de Educação Infantil e 9 de Ensino Fundamental.

 De acordo com a assessora estadual da Cipave, Marli Ludwig, a formação das comissões é o passo inicial para que os professores possam identificar e diagnosticar não só quais tipos de conflitos ocorrem, mas as circunstâncias em se que iniciam. “As ações da Cipave podem ser muito simples, mas são eficazes. Por isso dão certo. Queremos formar também uma grande rede com os municípios para planejar de forma estratégica a prevenção da violência nas escolas”, explica.

Para a secretária Municipal de Educação de Charqueadas, Zaida Lagranha, somente através de parcerias e de uma grande rede de enfrentamento à violência é que será possível mudar a realidade. “As escolas interessadas já podem, a partir deste momento, conversar conosco para que sejam estabelecidas as comissões. Vamos trabalhar de forma integrada com o Estado para que as nossas instituições de ensino ganhem mais parceiros”, destaca.

Responsável por manter o diálogo e fazer o elo com a coordenadoria Estadual do Programa Cipave, a vereadora Pamela Lemos (PDT) propôs o debate com os representantes das escolas municipais para saber se a adesão ocorreria via poder legislativo ou pelo executivo municipal. “Desde o início conversamos com todos para saber o que eles queriam. Se havia a necessidade de um projeto de lei ou uma simples adesão do município bastaria. Não queríamos passar nada para as escolas antes que os seus representantes conhecessem o Programa Cipave e tomassem a sua decisão”, afirma.

Segundo a coordenadora da Cipave na 12° Coordenadoria Regional de Educação (CRE), Berenice Souza, 95 estaduais escolas compõem a região, sendo 69 urbanas, 16 de campo e dez indígenas. Nos dois últimos casos, as instituições de ensino não têm a recomendação para aderirem ao Programa, embora possam se inscrever livremente. Das 69 urbanas estaduais, 60 escolas já aderiram ao Cipave, chegando a 87% do total.

No município de Charqueadas, das 10 estaduais, 8 já fazem parte do Programa. “É muito importante que as escolas municipais de Charqueadas trabalhem com o Programa, pois a ampliação desta rede contribui diretamente no sucesso da Cipave na região”, explica.

Opinião dos professores

A diretora da Escola Municipal Infantil Santo Antônio, Andréa Medeiros, conta que ficou muito empolgada com o Programa Cipave e acredita que as mudanças devem ocorrer a partir da educação infantil. “Gostei muito da iniciativa do Estado. Conhecia muito pouco. Fiquei muito interessada e na minha opinião a cultura de prevenção da violência nas escolas começa com os pequenos”, afirma.

Lúcia Regina da Rosa é orientadora e professora da Escola Municipal de Ensino Fundamental Otávio Reis. Para ela, aderir ao Programa Cipave é uma forma de ampliar ações que já ocorrem nas escolas, mas não acontecem de forma sistemática e integrada. “Nós já temos alguns trabalhos neste sentido, mas a adesão nos dá uma série de possibilidades que antes não haviam como serem trabalhadas. A Cipave organiza isso de forma sistemática e isso se torna fundamental”, explica.

Ainda estiveram presentes no evento o prefeito de Charqueadas, Simon Heberle (PDT); o tenente do 28° Batalhão da Brigada Militar, Marcelo Corrêa dos Santos; a secretária municipal de Assistência Social, Jossane Oliveira e a primeira-dama do município, Flávia Barreto.